sexta-feira, 25 de junho de 2010

"O CONSELHO DE CHICO"

Durante décadas o Brasil viveu mergulhado em práticas, na vida pública, que hoje, agridem, por se constituírem em símbolos de devassidão administrativas. Todavia a sociedade civil organizada obteve, nesse sentido, significativo sucesso e imprimiu um novo e necessário conteúdo moral à vida política nacional. Em consequência, os novos tempos exigem e primam por ética, por justiça e põem a nu centenas de escândalos de corrupção. Expôs as vísceras apodrecidas de amplos setores, tanto do poder executivo como do legislativo e do judiciário. Como em qualquer mudança brusca, as novas exigências execraram uns poucos inocentes.

A grande maioria, contudo, com culpa no cartório, como se costuma dizer.

O certo é que os tempos mudaram, para melhor, nestes últimos 25 anos (vinte e cinco anos), pós-golpe de 64. Tivemos avanços consideráveis: o nível de exigência popular cresceu.

A cidadania tomou corpo. Conquistamos o voto direto para presidente, a universalização da Saúde, a constituição de 88, o plano real, o controle da inflação, a lei de responsabilidade fiscal, o estado democrático de direito e há pouco o projeto Ficha Limpa para as eleições em todos os níveis.

Tais avanços, entretanto, não foram capazes de melhorar a infraestrutura do país, mergulhado em estradas esburacadas, aeroportos, portos, vias fluviais e ferrovias, que não atendem as necessidades da Nação, tornando o custo do Brasil um dos mais caros do mundo. A nossa tributação (impostos) é aviltante, injusta, insuportável. A burocracia inaceitável e burra, dificultando ainda mais o desenvolvimento sustentável do país que teima em crescer, graças a eficiente e criativa iniciativa privada nacional. A saúde, a educação, os níveis de emprego, longe do aceitável ante as carências da população e para piorar, uma brutal desigualdade social. A política habitacional não atende satisfatoriamente a demanda.

O mais grave é que o clamor da sociedade, por condutas morais dos poderes, não tem se mostrado eficientes, para frear a volúpia de improbidades avassaladoras, de vastos segmentos dos poderes da República.

Até quando? É a pergunta que não quer calar!

Quando a injustiça ultrapassa os limites do tolerável não são raros os casos em que as sociedades humanas surpreendem os poderes com movimentos, revoltas e sangue.Reflitam as elites sobre isso e sigam o sábio Conselho do finado Chico Xavier: “Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas pode recomeçar e fazer um novo fim”.

A hora é agora!

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